QUEIME ANTES DE LER.

Se você é do tipo friorento ou friorenta, prepare-se para bater os dentes. E você que vive sonhando em conhecer a neve, idem. É muito bonita, romântica e tal, com aquele aspecto limpo e fofinho, mas experimente andar nela sem calçados adequados. Os pés molham e o gelo sobe pela espinha, até arrepiar os cabelos.
De arrepiar mesmo foi o dia 21 de julho de 1983, na estação Vostok de pesquisas russas da Antártida: -89,2 ºC, a menor graduação já registrada na história do planeta. A Rússia, aliás, parece atrair o gelo. Lá, temos três das cinco cidades mais frias do mundo: Yakutsk, Oymyakon e Verkhoyansk. As outras duas são Ulaanbaatar, na Mongólia, e Snag, no Canadá. Só de pronunciar estes nomes, já dá pra esquentar a língua.
Mais frio que isso, só em Tritão, a maior das 13 luas de Netuno: -235 ºC. É o ponto mais invernal que os cientistas conhecem no Sistema Solar. Outro lugar bastante gélido aqui na Terra, e molhado ainda por cima, é a chamada zona abissal, 4 mil metros abaixo da superfície do mar. Onde a luz não chega e as águas são povoadas por seres esquisitos, cegos e adaptados ao zero grau.
Portanto, brasileiro não tem do que reclamar com as suas temperaturas amenas. A não ser que ele more no município de Urubici, em Santa Catarina, que certa vez marcou -17,8 ºC em junho de 1996. O termômetro permanece congelado nessa marca.