MÃE ANIMAL: AMOR OU PURO INSTINTO?

Se houvesse um concurso para eleger a melhor mãe do mundo animal, a briga seria boa. Deixando de lado as emas – que largam a ninhada nas mãos do pai e pegam a estrada sem olhar para trás –, muitas outras dão a própria vida para garantir a sobrevivência da prole e a continuação da linhagem genética.
Um dos exemplos mais extraordinários é o do polvo gigante do Pacífico. A mamãe polvo chega a colocar 100 mil ovos de uma só vez, na sua primeira e única gravidez. Passa 6 meses na toca sem se alimentar, só vigiando e fazendo a água circular em torno dos filhotes, para assegurar o oxigênio necessário ao seu desenvolvimento. Ao final, indica o caminho que os recém-nascidos devem seguir e morre, exaurida.
Outra mãe que se sacrifica é a Stegodyphus lineatus. Insetos não são exatamente pais atenciosos, mas essa pequena aranha se deixa devorar pelos filhotes, para deixá-los em melhores condições de seguir adiante. Morte é vida.
Tem o jacaré. Apesar de ser um animal de sangue frio, é bem caloroso com os jacarezinhos. A fêmea mal sai do ninho para proteger os ovos dos predadores; quando nascem, os carrega na própria boca até a água, e continua feito cão de guarda por mais 1 ano. Já o filhote de orangotango fica um pouco mais de tempo sob a asa da mãe: 8 anos. E mama até os 5 anos.
Uma mamãe de longa gestação? A elefanta, que carrega na barriga cerca de 100 quilos durante 22 meses. Uma espécie que adota bebês abandonados? Urso polar. Uma fêmea que se submete a tratamentos complexos e esforços financeiros para se tornar mãe? A humana.
Seja arranjando comida, enfrentando condições extremas ou lutando contra outras feras, todas as mães são importantes e merecem a nossa admiração. Ou um carinho, um beijo, uma palavra de amor. Por mais que o bicho pegue, às vezes.